gilson piber

Oposição precisa ter projeto consistente para vencer eleição

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Para derrotar o atual governo que administra Santa Maria na eleição de outubro, as candidaturas de oposição devem apresentar ao eleitorado um plano consistente e exequível. Isso significa dizer que propostas viáveis, principalmente nas áreas de infraestrutura, saúde, educação e desenvolvimento econômico e social, devem pautar qualquer plano de governo decente. Ficar só no discurso dos problemas da cidade não vai sensibilizar os santa-marienses, que querem soluções. Os postulantes a prefeito e vice devem dizer o que e como fazer, bem como da onde virão os recursos para implementar as propostas. Como já escrevi neste espaço, chega de "Salvadores da Pátria". Ninguém aguenta mais falastrões e políticos sem argumentos sérios e responsáveis.

Nos dois pleitos anteriores, a cidade reconduziu o prefeito. Foi assim com Valdeci Oliveira (PT), eleito em 2000 e reeleito em 2004. Cezar Schirmer (MDB) ganhou a eleição em 2008 e repetiu a vitória em 2012. Agora em 2020, Jorge Pozzobom (PSDB) busca o mesmo feito de seus antecessores. Evidente que cada eleição é um processo diferente e muitas variáveis envolvem o pleito. Um vice-prefeito que agregue conhecimento e votos é fundamental na disputa. Valdeci contou com Werner Rempel na parceria para a reeleição. Schirmer repetiu a dobrada com José Farret. Agora, Pozzobom tende a manter a chapa com Sergio Cechin (PP) para se reeleger.

Uma nominata forte à vereança também contribui, e muito, para propagar as ideias da chapa ao Executivo. Por sua vez, quem busca vaga no Legislativo precisa do apoio dos candidatos a prefeito e vice durante a campanha. Há uma interdependência, que deve ser valorizada por ambas as partes. Nesta hora, as coordenações de campanha devem agir com bom senso e equilíbrio. Um amigo dizia que "somar é sempre melhor que dividir". Mas, em eleição, não sejamos ingênuos, a famosa "trairagem" quase sempre dá as caras também. E, acreditem, não vai ser diferente em 2020.

Para a oposição, e aqui falo dos partidos do campo da esquerda, o ideal era uma coligação ampla, com foco numa proposta diferente para vencer a eleição e governar Santa Maria. Mas sabemos que a exagerada ânsia de protagonismo faz com que os nomes venham na frente do projeto e a união naufrague já na largada. Mas milagres também ocorrem e ainda há tempo para isso mudar.

Os partidos de centro e da direita não alinhados ao governo igualmente postulam voos mais altos e sonham em ser a terceira via na disputa municipal. Todos têm legitimidade para pensar assim, afinal, com muitas candidaturas, o processo oferece mais opções aos eleitores. Porém, enfatizo a necessidade de um plano de governo viável e sem promessas mirabolantes. O primeiro passo é lutar para estar no segundo turno, quando outra eleição, mais direta e franca entre duas chapas oponentes, movimenta as partes envolvidas e as siglas que não lograram êxito no embate inicial.

Ao eleitor, cabe ficar atento a todas as movimentações em curso. As promessas de ruas calçadas e iluminadas, postos de saúde funcionando bem, educação de qualidade, mais indústrias e mais empregos, etc vão voltar a ser feitas pelos candidatos. Imagens de uma Santa Maria linda e pujante, assim como de uma cidade feia e repleta de problemas, vão aparecer na propaganda de televisão e em muitos panfletos de postulantes à prefeitura e à Câmara de Vereadores. Cuidado, nem ao céu nem ao inferno. Santa Maria tem virtudes e defeitos.

Os políticos são homens e mulheres de carne e osso. Eles também acertam e erram. Não são super-heróis. E ocupam os cargos graças ao nosso voto. Então, somos responsáveis pelas escolhas que realizamos.

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